quinta-feira, março 29

Pastor de ovelhas negras

Era canção que soava. Canção de chuva. Emaranhada, torpe, viva, morrendo a lama seca do asfalto corroído por passos insones. A vida, esta vida, a sua, a minha existência emana, flui, flora de matos distintos, a malícia das cartas, te amo te amo te amo te amo ass: foda-se. Ainda trago este ranço, e o sorriso manso rimando com ódio. Decido: Parto. Nascido o temporal, temperatura amena, a do vinho, cor de sangue branco, disformes tramas, tantas, tamanhas dissimulações, verdades feito feridas expostas, brotando pus, nojo, ojeriza, vômito, porra, PORRA! Vagante da lua, durmo em cima do telhado de casa, à espera do sol, este casaco nu, verossímil, fotógrafo. E as canções? As cançãozinhas? Os cães latindo, aperte o REC produtor, mosca na sopa, me chama de chão, pisa, sou seu alicerce, após cuspir em seu olhar que chora, meu cuspe, minha saliva, sua lágrima sou eu e vice-verso que lhe indica: A BUSCA É PERTO, ALI, EU FUI, DENTRO. Assombrosos pesares, família e caos, família e domingos, beijo de mãe, de puta, travesti, viado, frei, pastor de ovelhas negras, fãs de Amy. Não choverá, não mais. E quanto ao cais? A espera? Brusca?Busca?Rimas? Crônica?Poema?PORRA!PORRA NENHUMA! Um café, um cigarro, “nem palavras conseguem mais amenizar”, escute-se, vou te deixar quieto aí, assim ó: .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................pairou....tédio....saudade....ciúmes....cinismos...............pairou......o tempo, choveu, nasceu, brotou, exalou flores, murcharam, reguei, floresceram, morreram, plantei novas margaridas, amarelas, heróicas, frágeis porém....amavéis....pairou.....sim....a astucia, medo, coragem, vício, vicissitude, porradas, tapinhas, breus, postes acesos, manhãs nubladas de um verão infernal, pairou...porra...pairou, sim...isto, respire, mais uma vez, assim ó: .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................pairou, sentiu? Mesmo? Como? Sim, bastante. Fumo, bebo, fumo mais e mais e mais e bebo um tantinho.......estou ansioso, caramba, ansioso, e o desfecho? Onde? Cuma? Pairou......o grito inaudível...assim ó: AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH, assim mesmo. Pairou, pára vai, pairou aqui, a cisma, a crista da onda, a bula preta, violão de aço, voz de nylon, nylon grosso, porém fino, como aqueles que inala e flui percebendo a fumaça mesclando-se à neblina, imunda dos suores dos amantes madrugais, em camas sujas de motéis imundos. Pairou, porra...pairou....a febre, a dor, a posse, a capa do livro mais besta, tipo mulher besta com bunda besta a nos abestar, pairou....pairou...repetindo, repetindo, repetindo...até que não entendam, não irão entender, sou imbecil oras, pois incompreensível, que merda! Merda! Não entenderão. Pairou, pairou, pairou, pairou porra. PORRA NENHUMA!

Alívio,
E aos seus.

Comigo,
CS