Insone, busco a palavra que apraz o desassossego, a agonia impetuosa, a ardorosa fuga sobre o apego, a ventura inacabada, o destino em reles trapos, desatino que impera a madrugada que observo pela janela, passantes esquivos, estranhos, malditos, caminhantes que se esmeram abstraindo o frio e a frigidez, eu cá elucido alguns fardos, o desamor cru e palpável, esvaziando a cama, esvaecendo os faros, o aroma do café e do cigarro, e o corpo emaranhado de desaventuras, fragilizado e entregue às assolações presentes, cada distorção, e raspo brevemente o insolente e despudorado espasmo de verdades incontidas, jamais ditas, expressas em dubiedades que inundam lençóis e tapetes, releio poemas, bulas de remédios, bilhetes, acaricio sutilmente cada densa linha, e costuro aos descompassos dez compassos abstratos, minimalistas, incomuns, num papel antes amassado, liberto de entendimentos, previamente desprezado, todo ele reticente, ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... o sentido é o que habita nas vagas idéias, que nada dizem, não afagam, não imprimem, sequer existem, nenhuma trama ou qualquer moldura de frases meticulosas, isto não vale coisa alguma, isto é, o que restou de nós.
segunda-feira, julho 12
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2 comentários:
Olá poeta adorei virei mais vezes.
Abraço.
Eita!
Sempre que te leio lembro de Saramago e sua "cegueira" Ô.Ô
Esse lance de texto-menstruação é coisa pra poucos,,, o seu fica bom -.0
Já eu,,, não arrisco, haha
Abraços e desabafadas invenções!
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