Rude
Mesmo quando diz sim
Não pelo o que há de liberto
Em simplório gesto
Vê-se pequeno
Menor que os insetos
Que sugam suas coxas
E logo rumam pra outra
Seu sim
Espécie de alforria
Brancos libertos
A dizer:
Quase morro
Quando subo o morro
Sim
Som que espalha-se
Por entre as cortinas
Revistas antigas
Canteiros, cantigas
Sim
Prossiga
Em caso de dúvida
Liga
Jamais siga tendências
Elas tendem a desabrochar
Nenhum modo nem moda
Siga atentamente
Bobagem se preocupar
Com o jeito de caminhar
Tragos e conhaques
Esqueça os desastres
Lembre de sonhar
Não cure a ferida
Vil também vívida
Dói dos ralos cabelos
Até o vão calcanhar
Sim
Para travestis e putas
Vagantes, bruxas
E bruxos
Cortiços, luxos
Cantina, bar
Sim
Para o esfarrapado
E o burocrata
Sim sem ensaios
Sem jogadas
Sim
Ah sim...
Pra não negar
O osso
O esgoto
O desgosto
O cachorro
Sem molho
Ou com molho
Pronto pra salgar
O dente doído
Elo corrompido
O pai, o marido
O vão do umbigo
A centralizar
O que há de ser
O que há de sarar
Num tempo quando
Onde, ontem
Amanhecerá.
terça-feira, agosto 3
Seu sim
Postado por Clóvis Struchel , 15:49
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4 comentários:
Gostoso isso. O "sim" é sempre uma espécie de alforria mesmo, nunca tinha visto por esse lado. Mas é exatamente isso! rs
Abraços!
Profundo e reflelctivo...
Lindo teu cantinho.
Abraço.
Fernanda!
Sim para tudo que se passa em nossas vidas, que escolha, muito reflectivo seu espaço, adorei!
Abraços de sucesso!
Sim, o começo ou o fim. Adorei o blog e a conversa. bjs
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