terça-feira, junho 22

Nu

Quando chegar, tire em imediato suas roupas, eu quero ver-te nu, exposto, imposto aos meus devaneios, quero apalpar a rispidez e a lisura, anseio o foco sobre o teu pênis ainda amanhecido, te espero trêmula, esmero uma canção antiga, um verso de outrora que dilacere cada enfermidade, a deformar os sentidos, transfigurar as sutilezas, quero ver-te nu, como havia dito, e apalpar cada emaranhado de pêlos e cruas carnes, mornas, cálidas, austeras, almejo ampliar o foco, eternizar em polaróides o lúbrico cerne do corpo que me penetra, em una moradia substancial e lasciva, a língua, a saliva, a porra, a face inebriada e ardorosa, não conte-me sobre os fatos, não diga-me segredos, anule as urgentes notícias, pode me chamar de puta, desvairada, insana e torpe, o porre que compartilhamos, a falta sórdida que agora esvai-se, goze sobre os meus lábios, minhas ancas, meios seios, arruíne esta distancia, aproxime-se faminto e sujo, me coma, alimente-se do meu liberto sexo, e já saciado implore por lamber meus pés, saliente e impuro, a deflorar as horas, dias, meses, e imperar o alicerce que nos une num baque de tempestades, intensos brios, vorazes ímpetos, quero beber o teu suor pra sentir sede de você.

2 comentários:

Renato Ziggy disse...

Diante de toda essa voracidade, essa Poesia visceral, não tem como não ir, impossível não atender ao desejo dessa mulher. Porque ela pede com jeito, ela desperta no leitor a vontade de rasgá-la inteira, porque as palavras criam corpo, geram sensações, fazem o leitor ficar "puto" junto com a personagem. Acho isso fantástico, esse lance de se permitir ser seduzido pelas palavras-imagem, e foi exatamente assim que aconteceu comigo. Parabéns pelo texto. Como sempre, adorei. Não tem como não gostar do que tá escrito aqui... Realmente não tem.

Nadja Reis disse...

UAU!


UEHEUEHEU

Muito bom!


:)