quinta-feira, junho 30

Canção natalina

Portanto era o tilintar, o soar de auroras. Em meandros, dissabor se esvai, um rompante, um dom, clara visão, sincronicidade. Do romper do tédio, fulgor, amargor, perpassando os dias, com louvor e fé. Na labuta um canto, passaredo manso, um senhor que passa, alguém varre a frente da casa, um suor de lutador, mãos de benzedeiro e clímax. Num dilúvio de uma noite destas, desenvoltura de arestas, o verão chegando com as nuvens de chumbo. Rumos, prumos e nuances. Brisa que arrebata os poros. Num sofá, um livro, um café. Uma canção natalina dá tom pras cores. . 

domingo, junho 19

Lume

Precisando estar
Em inclinação
Para as coisas tantas
Então

E reverberar
Numa redenção
De florar
Iluminar
Coração

sexta-feira, junho 17

Prumo

Pra frente
No lance
Nuance
Verve
No prumo
Do rumo
Intuito
Leve
Portanto
De tanto
Versar
Virou canto
Destes que acasalam
Que desanuveiam
Um antro

Passaredos

Fortes sinas
Fragmentos
De poeiras cósmicas
E tempo
A lira de Lia
A dança dos ventos
Vorazes ansejos
Intento
Doce ardor de uns passaredos que cantam sem medo
Seus versos sobre cigarros acesos e porres e avenidas abarrotadas e soberbas e tropeços
Montante de nuances cruas
No tom do compasso
Eu vejo:
Mares
Árvores
Cães caramelos
Um portão azul
Aberto
Um senhor que passa
De terno
Uma placa de trânsito
Um programa de teve
Na cintilância
Andanças
Tantas
A minha alma
Dança
Em um baile
Já é tarde
Um alarde
Viver tem vez que serena
E tem vez que arde

quarta-feira, junho 15

Pleno

Contentamento
Fulgor
Prazer pleno
No suntuoso louvor
Dos brados máximos amenos
Lido com a amplidão da luz que emano
Pra uns silêncio abstrato
Outros, concerto de piano

Ainda

E ainda tem nuvem para desenhar
Cada estrela é um verso a estar
E ainda tem o moletom
E o clima
Ainda
Ainda
Ainda tem poema pra versar
Gim caliente para arranhar a garganta
Uma bruma
Tarde tange em brisa
Ressoar que me compõe cirandas
Ainda tem o verbo
Pra acionar
Dizer
E clarear a vida
Ainda tem as avenidas
E os arranha-céus
Ainda
Ainda

Clóvis Struchel

Ensaio do relâmpago que vi

Relâmpago no mar
Visão de poderio.
Na areia ninguém lê revista
Tão só quanto o sol que hoje não se avista
Ansejos
Anseios
Lumes
Fragmentos
Costumes
Desdobramentos
Eu fito o infinito, sedento
Culminar de proteção
Me dou bem com o vento
Deixo estar os alentos
Que se esvão que segmento
Devo seguir pra ser herói de um dia cinza ou gente que embrulha bolas no farol ou quem julga ou ensina ou faz bolo ou vigília dentre esses todos no qual eu diria eu sou aquele que faz poesia

Clóvis Struchel

Uma notícia da record que vi

Vindouro astuta e sonha culminando outros buscas por tesouros de outros carnavais. Deseja, devora, implica em consternações, no ápice do brado de voracidade, portou armas, lançou canhões. No fulgurar da nuance que tange o chão: sangue e gozo, um jeans desbotado, um vestido azul turquesa.

terça-feira, junho 14

Tudo lindo

Na concretude dos passos mútuos, o irromper dos sermões. Não vale pedra em vidraça, peitos estão em cacos. Noturno vendaval, minha jaqueta, meu verso ébrio, seguimos, insistimos, achamos tudo lindo.

Todos os nomes

Ou Dê ou Dé ou Paô
Ou miscigenação
Odara ou Antenor
São Sebastião
Jussara Flora Juvenor
Diego Zé Romeu
Misturas de tantas cores
Mosaicos pincelei
Narinha Clara Cristina
Dilsinho e Abreu
Samanta Silvia Marcinha
No entanto era Eu
No salto das relutâncias
Na glória do apogeu
Surgiram tantas cirandas
Florou Soou Cresceu
E com e sem esperança
Eu só acendo breus
Na vida vindas e danças
Que minha alma teceu

Enquanto a poesia

Comecei rimar
Flor com mar
Amor com brisa
Hei de reverberar
Deixar soar
Enquanto a poesia insista

Querido leitor

Poesia pra quê
Se (quase) ninguém lê
Quisera o poder
De crescer
O verso incandescer
E ver agora:
Que um poema salva uma alma desnuda
& insólita.

Adrenalina

Ta certo
Reverbero
Nunca espero
Impero
Um clímax
Vou em frente
Junto a gente
Transgrido
Um impasse

Defronte
O enlace
O toque
A face pálida
Nuance bárbara

Afronta
Deflagra
Condiciona
A tara
Arranha
Despenca do céu
Na cama
Em glória
Sorri de lado
Acende um luck strike
Enquanto goza

Tempo ao tempo
Conversa fora
Trama vindoura
As horas tardias
Te encontro na terça
Ou na quinta
Pra mais voracidade &
Ferocidade & 
Adrenalina

segunda-feira, junho 13

O fotógrafo

Depois dos tropeços ébrios, infante desfiz trovões. Após densidades, adversidades, sigo na avenida incólume. Vejo, eternizo, dou um clique. Passo, há um passo há um grafite. Lembro das nuances de umas ancas. Faço, aprimoro, a luz é branda. Fragmentos de outros carnavais, raridades protegidas de tais temporais. A imensidão que fito, o silêncio de um vento leste, soberbas postas a mesa, conhaques, cigarros acesos, no jornal a economia é um erro, não ligo a tv faz tempo, leio Manoel, Leminski, Chacal, tô mais pelo mar que pelas tabelas numéricas, três cliques, quatro cliques, cinco, a lida, a labuta, o tecer da vida, o entardecer há de ser tão lírico que haverá de ser emoldurado...

Clóvis Struchel

Música

Aflorar meandros
Dissipar o ódio vândalo
Resolver anseios
Estar sempre inteiro
E nao mais partir ao meio
Culminar auroras
Esquecer as horas
Ser par
Ganhar vintém
Abraçar alguém
Voar
Ir mais além
Desfazer desdém

Só quero amor
Love amour
Amore
Levo um verso no bolso
E pétalas no outro
Só quero aloha
Liebe ni hefe
Niedfe
Corações que se erguem

domingo, junho 12

PrayOrlando

O ódio cego
Que dilacera
E ensanguenta
Bizarrice cinzenta
A quem só quer dizer teamo

terça-feira, junho 7

Garrafas

Pra aprimorar nuances que caibam no fulgor dum presságio, dar tons de auroras incandescentes no intuito do verbo. Pra sorver os instintos ferinos, bascos, enumerar cada mosaico abstrato. Pra culminar girassois e quimeras, fulgurar do sentido seu brio mais cintilado. E no torpor enaltecido vislumbrar o encanto pleno, deixar soar verso sereno, oriundo, que aninhe o tempo e o casulo, o breu, o obscuro, dar luz ao lúdico. Intuito. Lançar garrafas nos mares do mundo.

Clóvis Struchel

Ainda

Para o romper do tédio imponho uma inclinação impropério divago um som sem mistério deflagro um tom de impérios. Para a exatidão do sentido refaço o movimento contido explodo extrapolo os brios de certo aprimoro e sigo. Para a nuance instante preciso aciono um regar de margaridas exponho sonho seco as feridas movo refaço o novo ainda.

Clóvis Struchel

Do verbo Delírio

Ode a Manoel de Barros

A rima
Que unifica
A ordem lírica
Dos fragmentos de lumes
Trepidações de costumes
Do valoroso rimar
Claridao
Clamor
Condutas
Oscilações oriundas
Do verbo em si delirar

segunda-feira, junho 6

Findou

Acabou
A arruaça
O dissabor
A desgraça
Sim, findou
A ressaca
O fervor
Que se instala
Terminou
Toda a tara
Trepidou
Cessara
Nunca mais
Tanto faz
O romper
Da toada
Vai daqui
Por ai
Pega uma estrada
Nao sou teu colibri
Sai da minha sala

Marasmos

Do marasmo
Fato
Rastro
Das medidas
De um conhaque
Um momento
Um tom relapso
Preenchendo
Um peito farto
Refazendo os mesmos marasmos os mesmos marasmos os mesmos marasmos

Imagem

Percalços
Divergindo o verso
Incauto
Todo o movimento
Dos carros
Arde
Nostálgico
Um jazz enaltece meus poros
Cilindros
De tramas
De empórios
Visão de senão
E além mar
Vistoso
Fragmento
Sórdido
Trôpego
Os zelos tão nossos
Malogros
Desfazem-se
A arrebatar
No denso fulgor
Na rotina
Café
Cansadas retinas
Milagres em par
Elucidam

domingo, junho 5

Verve

A verve
O fluxo
Lépido
O instante
Que precede
O sexo
Fulgores
Suores
Febres
E que seja eterno
Enquanto breve

sábado, junho 4

Grafites

Com sono
De dias idos
Por becos esquivos
Liricos
Durmo e sonho
Com becos esquivos
Líricos
Acordo
Sigo matutino
Jamais findo
Este verso contínuo

Dentro da sua blusa

A poesia é uma solidão confusa
Parece que tem alguém
Dentro da sua blusa
Pegar um trem
Não tem vintém
Partir, chegar
Perto de um rio
Em algum lugar
Morrer de frio
Sentir saudade
Dar um sumiço
Se embebedar
Ter fé, ter par
Não ter declínio
Aquilo, isto
De Deus eu não duvido
A poesia é o emoldurar da plenitude
A poesia é isso


Ser teu

O frio
Que dá na nuca
Quando suas mãos
Perpassam
Delírio que continua
Iluminados pela lua

O clima
A conversa solta
Dos corpos
Nenhuma roupa
Indecentes palavras no ouvido
Instinto ferino
Preciso

Vem olhar o mar
Comigo
Eu vou te contar
Estrelas
O romance definido
Do amor
E do que seja

Vem emoldurar
Meus versos
E iluminar meus breus
Vem to cada vez mais perto
De ser teu

sexta-feira, junho 3

Versos nossos

Robusto
Astuto
As vespas
Já não ladram
Rancores
Não me abalam
Ternura
É jardim de praça
Conjuntura
Milenar
Que arde
Presságios
Me arrebatam
Cata-vento
Seca o sal
Do tormento
Da minúcia
Do argumento
Da labuta
As coisas gurias
Me elucidam
Alquimias
Brados
Asas abertas
Um timbre rouco
Dum soul
Se esmera
O beck
O pileque
A gargalhada
Em alarde
No apogeu
Destes ares
Há versos nossos
Por toda parte

Hit

O que impregna-se, lampeja, desfaz discórdia. Soberbas inglórias. A cura da culpa. No ressoar de um brado, cíclico e cintilado, rompendo a aspereza, tomo um drinque, ponho um hit e danço em cima da mesa.

Clóvis Struchel

Durante

O cheiro
Que arrepia o pêlo
A fala
Mansa
Emoldurada
O lance
Fixo
Constante
Toda aresta
Cada nuance
O lapidar do amor
Constante
Nos dois o mar
O horizonte
O seu olhar ali
Defronte
No beijo
Sou mais feliz
Durante

Clóvis Struchel

Olhar

Os olhos fitam
Contemplam
Enumeram
Vislumbram
O prumo
A métrica
Os olhos atentos
Enxergam
Dilatam
Fluem
Desnudam
O mirar
Meus olhos
Gostam
De te olhar
Meus olhos
Gostam
De te olhar
Meus olhos
Gostam
De te olhar...

Postes e muros

Chego perto. Olho o verso. Cheiro a pétala. Plenitude reverbera. No jardim silábico rego cada palavra: aurora, penduricalho, fulgor, sentimento, presságio, néctar, etc. Planto no chão a trama envolta. Hão de brotar ressonâncias, ritmos, climas. E vou colher com as mãos, sentir cada aresta, nuance, detalhe. Poema pra emoldurar, se colar, para quem for, pra quem passe, impera, plana, invade, em postes e muros dessa cidade.

Clóvis Struchel

Estado mar

Num estado mar
Tais oscilações
Naufrágios
Piratas
Ressacas
Nos pés
Grãos e conchas
Num estado mar
Marés
Manhãs
Com neblina
Estágio sargaço
Uma musa marítima
Versos nadadores
Tao molhados
Mergulhados
O pescador
Que vai navegar
Lançar sua rede
Labutar
Frases cintilam
Vozes confirmam
Vibram
Vindas de lá
Num estado mar
Estado mar
Mar

quinta-feira, junho 2

Conjuntura

A sensação de feriado
De um luck strike mentolado
A densidade
O rastro
A culpa
O demorado
O breve
O nunca
Sobressaltar
Sublimado
Gestos do sol
No telhado
Momentos sós
E calado
Ou junto muito
Ilhado
Na ruptura
Do ódio
Na conjuntura
Do signo
O universo
E seu ciclo
O ter
O ser
O ter sido
Variações
Climáticas
Ligo a tevê
Desgraças
No ardor
Da estrada que tange
Uma dor ainda urge
Laços
Cláridos
Sísmicos
Tempo é ido
É contínuo
Contexto e mais uma estrofe
A trama evapora-se

O mar ao lado

Incauto
O mar ao lado
Fumaças
Declínios
Outrora
Um poema
Que dilate
O impasse
Tempestade
Que rega
Meu corpo
E floresce
Enaltece
Prevalece
O verso preciso
Conciso
Das mãos
Que jamais
Se perdem
Das almas
E intempéries
Do brado
Do laço
Da pele

Espécie de transe

Sua nuance
Tange meu rosto
Em instantes
Irrompe os rompantes
Drinques
Papos
Delirantes
O sumo
O néctar
Defronte
Nós dois olhando
O horizonte
Sua mão cola na minha
E eu desconcertante
Te beijo sem freio
Durante
Clímax
Instinto
Relance
Brado
Espécie de transe

quarta-feira, junho 1

Verso amassado

Conforme marasmos desfazem-se, informo sobre o luar. Indago, reverbero, ando assim meio esquivo jeans blusa branca tão adentro das multidões. E de alquimias e lumes transcendentes, um rouxinol até me emudece, um verso amassado refaz toda a trama. No clímax, apogeu, pista plana, momento, o meu caminhar desnuda-se no movimento.

Imagina

Imagina a aurora
Uma roda gigante e pipoca
Toda aresta em volta
Nosso beijo
Toda rebordosa

Imagina a trama
Nuances de girassois
Nossa cama
Rompantes de rouxinois
Tudo clama
Pelos detalhes de nós
E chama

Imagina
A lira
A lida
Límpida
Imagina
Imagina

Imagina
Em par
Avenida
Só nos dois
Imperando o clima
Imagina
O fulgor
A magia
Imagina
Imagina

Rascunho oriundo de cafés

Como qual fosse tormenta, voraz, trovões arrebentam. Frenético movimento. Turvos tambores dilatam. A ressonância cintila, o tal clamor cessaria, dúvida e dor romperiam, no ar fulgor de impecilhos. Numa avenida esquiva, atravessado e com versos vivos.Na flama, lida, contínuos dias, clamo por planos de calmaria.

Ritmado

Não espere da poesia
Se não houver
Folia...

Companhia

É uma questão obtusa, de preenchimentos ébrios, contemplando nuances, reverberando latitudes. O mar bravo bate nas pedras, pensamento difuso, um amor obscuro, incauto, denso. Turvas brumas, um cigarro, miragens, fluxos, o tilintar das idéias fluídicas, horizonte laranja, uma crença, uma fé que valha, no seguimento das horas, na contemplação dos Deuses, na ruptura de breus, no corromper das condutas dúbias. Divago, mais um cigarro, o barulho do vento é o silêncio que escuto. E diz, proclama, dita. O rumo, o prumo, a lida. Fito em coisas miúdas, gurias. E tão somente só, sinas minhas, quando o compor da vida é sua melhor companhia.