domingo, fevereiro 4

Leve

um surto de loucura se instala
na sala um trem invade minha televisão
espasmos de memórias
histórias
bruxas e fadas vindo pela contramão

susurros e gemidos
vozes em meu ouvido me chamam pra sair
lá fora chove, é madrugada
asfalto molhado
passos rumo ao tudo e ao nada

poemas deixados num canto
encantos milenares bailam ao meu redor
olhares atentos de deusas e putas
conhaques, berros, fodas
corpo enxarcado de chuva e suor

sementes não mentem
há vida lá fora
há vida aqui dentro e um bocado de sangue
estanque este amor, minha maior loucura
mas deixe a minha vida intacta...socorro!
se o amor morrer eu morro
se o amor morrer eu morro

e eu quero esta dança
insanidade e caos me deixam tão leve
e eu quero dançar, eu quero esta dança
mesmo que seja breve, mesmo que seja breve

10 comentários:

diovvani mendonça disse...

Muito bom camarada!
Eu ví uma floresta aqui:

"sementes não mentem
há vida lá fora"

- Eh, e elas irão parir mais vidas.

MontanhosoAbraçoDasMinas.

Anônimo disse...

Tive a impressão de que todo esse conflito do poema se dá num espaço de tempo mínimo. Até imaginei alguém, sentado, tendo esses versos percorrendo a sua cabeça.

"estanque este amor, minha maior loucura
mas deixe a minha vida intacta...socorro!"

O amor e a vida parecem andar inseparáveis. Bonito!

Beijos!

Ariane disse...

dance,rodopie
entregue-se a insanidade
que é deixar a loucura/amor se fazer semente germinada...

também quero esta dança...

beijos

Anônimo disse...

Que o amor ainda respire nessa dança da vida...

Lindo lindo, esse eu vi nascer! :P

Amo-te.
Beijosss

Anônimo disse...

dessa vez me pareceu mais leve que da última que li.
na primeira vez era uma canção condensada, de caldo grosso, difícil de engolir.
agora parece mais com um guaraná!

Julis disse...

Adorei o poema! Lindo mesmo!

Anônimo disse...

Olá, Clóvis!!!
Estamos conhecendo alguns blogs e acabamos aqui. Gostamos muito!!!

"e eu quero dançar, eu quero esta dança /mesmo que seja breve"

A duração não importa e sim a atitude... Que hajam muitas danças, sejam elas de noites inteiras ou de breves instantes (que por vezes de tão intensos, se tornam intermináveis!!!).

Faça-nos uma visita, poeta... Estamos começando, despretenciosamente.

DG

Leandro Jardim disse...

muito bom, rapaz!
Grand finale!

Anônimo disse...

Me deu a sensação de que as palavras estavam soltas em um Livre pensamento...

Clóvis Struchel disse...

Mudei/Moldei algumas palavras de dois versos deste poema-canção, mas prefiro não editá-lo diretamento no blog, já que os comentários foram escritos enquanto os versos eram os que lá estão.

Abaixo, as novas minúcias:

"sementes PELO CHÃO
há vida lá fora
há vida aqui dentro e um bocado de sangue
estanque este amor, minha maior loucura
mas deixe a minha vida intacta...socorro!
se o amor morrer eu morro
se o amor morrer eu morro

e eu quero esta dança
DEMASIADAMENTE, ASSIM SENDO LEVE
e eu quero dançar, eu quero esta dança
mesmo que seja breve, mesmo que seja breve"



Beijos e abraços,
Clóvis Struchel.