sábado, maio 28

Pintor de telas

Um poema esquecido
Num obscuro brilho
De tilintar nuances
Um poema atrás da porta
Num envelope
Debaixo de um tapete persa
Poema de fulgurações
Demandas, senões
Poema de infante
Poema inca delirante
Poema sucinto
Nas indagações
Um poema rasgado
Robusto e embriagado
Para amansar leões
Para emanar multidões
Num bruto ardor de poeta
Poema solitário
Voraz e memorável
Sozinho como um pintor de telas
Que em um só traçado
Refaz com astúcia, mirado
A nuance do rosto dela

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