quinta-feira, julho 28

Noturno

Trago densidades
de uma noite insone
cigarros
bebidas
um jazz rouco amassiando os ouvidos
um comentário torpe
para as paredes
e este quadro dadaísta a desdenhar meus brios
meus malogros
e sinas
as tais alegrias de sábado
os risos desmedidos
desejos incontidos
miragens na janela
um fato
um naco
fragmento de vida
alguém que passa
alguém que para
e mija num poste
cachorro ladra
neblina e brumas
o telefone em silêncio
noturno transponho
rascunhos
tramas que esqueço
enquanto durmo


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